Invasão na Madrugada
Na madrugada desta segunda-feira (17), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) ocupou uma propriedade da empresa Suzano, fabricante de papel e celulose, localizada em Aracruz, no Espírito Santo. Segundo a assessoria do MST, a área invadida seria patrimônio do governo do estado e estaria sendo utilizada pela antiga Aracruz Celulose, agora incorporada pela Suzano.
Justificativa do MST
De acordo com o MST, a ocupação foi realizada por cerca de 200 famílias em dois pontos distintos da propriedade. O movimento alega que a Aracruz Celulose, atual Suzano, estaria grilando terras no estado há mais de três décadas, abrangendo municípios como Serra, Aracruz, Linhares, São Mateus e Conceição da Barra, totalizando mais de 11 mil hectares.
Objetivos da Ocupação
O MST afirma que a ocupação tem como objetivo pressionar o governo para destinar essas áreas à Reforma Agrária. Segundo o movimento, as terras poderiam assentar mais de mil famílias, promovendo a produção de alimentos saudáveis e combatendo a fome.
Reação da Suzano
Em resposta à ocupação, a Suzano divulgou uma nota afirmando que foi surpreendida pela invasão, especialmente em um contexto de diálogo e construção de convergência entre as partes. A empresa já ingressou com uma ação judicial buscando a reintegração de posse das áreas ocupadas.
Histórico de Ocupações
Esta não é a primeira vez que o MST ocupa propriedades da Suzano. No início de março, o movimento invadiu três fazendas de monocultivo de eucalipto da empresa no sul da Bahia. A reintegração de posse dessas fazendas ocorreu de forma pacífica e organizada, em cumprimento a uma decisão judicial.
Pedido de Reintegração de Posse
A Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes) e a Suzano devem entrar com um pedido de reintegração de posse da área ocupada. A empresa reforça que cumpre integralmente as legislações ambientais e trabalhistas e que suas operações são baseadas no desenvolvimento sustentável e na geração de valor e renda para as comunidades locais.
Compromisso com a Legalidade
A Suzano reafirma a importância da Constituição, do direito à propriedade privada e da manutenção do Estado de Direito. A empresa espera uma decisão favorável da Justiça que confirme a ilegalidade das invasões do MST às suas áreas.
Conclusão
A ocupação da área da Suzano pelo MST em Aracruz, no Espírito Santo, destaca a tensão entre o movimento e a empresa. Enquanto o MST busca pressionar por reformas agrárias, a Suzano defende seus direitos de propriedade e operações sustentáveis. A decisão judicial sobre a reintegração de posse será crucial para determinar os próximos passos dessa disputa.