Muita gente descobre tardiamente que sua propriedade rural está sobre uma área com autorização para exploração mineral. O advogado especialista Dr. Christian Zini Amorim explica que essa situação, embora pareça incomum, é mais frequente do que se imagina, principalmente em regiões com potencial de extração de recursos como calcário, areia ou minério de ferro. E o problema começa quando o dono da terra não entende o que pode ou não pode ser feito.
Essa confusão acontece porque a propriedade da terra e o direito de explorar o subsolo são coisas diferentes no Brasil. A Constituição estabelece que os recursos minerais pertencem à União, que pode conceder a exploração a empresas, mesmo que a área esteja dentro de um terreno particular. A dúvida que surge é: o que o dono do imóvel pode fazer para proteger seus direitos? Descubra mais, a seguir!
A mineradora pode entrar na minha terra sem minha permissão?
A resposta é não. Ainda que a empresa tenha autorização federal para pesquisa ou lavra, ela precisa seguir um processo legal, que inclui notificações formais ao proprietário. O Dr. Christian Zini Amorim esclarece que qualquer acesso à propriedade exige diálogo e compensações, principalmente se houver impacto direto nas atividades agrícolas ou estruturas da fazenda.

O proprietário também tem o direito de acompanhar o processo administrativo e exigir que a empresa comprove a obtenção das licenças ambientais. Se houver danos ao imóvel, o dono pode exigir indenizações proporcionais. O problema é que, muitas vezes, o proprietário é pego de surpresa ou ignora notificações, o que pode enfraquecer sua posição legal e as ações que ele pode tomar a partir daí.
Existe alguma forma de impedir a mineração?
Impedir, não exatamente. Mas é possível dificultar ou até inviabilizar o processo, especialmente se ele for feito sem respeitar a legislação ambiental ou fundiária. Nesses casos, é essencial reunir documentos, registros de posse e qualquer informação que comprove uso contínuo e indevido da terra, além de buscar assistência jurídica desde o início.
O advogado especialista Dr. Christian Zini Amorim também destaca que a simples autorização de pesquisa não garante a extração. O processo de lavra envolve várias etapas, como estudos técnicos, audiências públicas e licenciamento. Ou seja, o proprietário tem tempo para se posicionar, questionar e até propor acordos mais vantajosos com as partes envolvidas.
O que fazer ao receber uma notificação de interesse minerário?
O primeiro passo é não ignorar. Muitos proprietários cometem o erro de desconsiderar os documentos iniciais, o que pode levar à perda de oportunidades de defesa. Ao receber qualquer comunicação de mineradoras ou órgãos públicos, é imprescindível buscar orientação jurídica especializada para entender as implicações e agir com segurança. Manter a matrícula do imóvel atualizada e com os documentos em dia ajuda a evitar conflitos futuros. Ter clareza sobre os próprios direitos é a melhor maneira de evitar prejuízos, mesmo quando o subsolo da sua terra já está nos planos de terceiros.
No fim das contas, o que importa?
O Dr. Christian Zini Amorim, advogado especialista, conclui que o melhor caminho é a informação. Com as orientações precisas, é possível defender seus direitos, buscar compensações justas e transformar um potencial problema em uma negociação vantajosa. Para quem vive do campo, a estabilidade da propriedade é essencial, mas mesmo com as regras claras na legislação, cada caso tem suas particularidades. Por isso, agir com antecedência, entender o processo e manter os documentos em ordem é o que faz a diferença entre ser atropelado por uma decisão ou ter voz ativa nas decisões que envolvem a sua terra.
Autor: Francisco Zonaho