Conforme observa Paulo Twiaschor, a realidade virtual vem transformando a forma como os engenheiros são preparados para atuar em projetos complexos. A tecnologia, antes associada principalmente ao entretenimento, agora assume papel estratégico na capacitação de profissionais da construção civil. Por meio de simulações imersivas, é possível vivenciar situações de obra em ambiente virtual, reduzindo riscos, otimizando o aprendizado e elevando a qualidade da formação técnica.
Essa abordagem rompe com o modelo tradicional de treinamentos, que dependia de aulas teóricas ou visitas presenciais a canteiros. Com a realidade virtual, cenários de alta complexidade podem ser reproduzidos em detalhes, permitindo que estudantes e profissionais experimentem desafios práticos de forma segura. Isso cria uma ponte entre teoria e prática, acelerando o desenvolvimento de habilidades fundamentais para o setor.
Treinamentos imersivos e prevenção de acidentes
Assim como analisa Paulo Twiaschor, a aplicação da realidade virtual no treinamento é especialmente relevante para a prevenção de acidentes. Ambientes de risco, como trabalhos em altura, manipulação de máquinas pesadas ou situações de emergência, podem ser simulados sem expor os participantes a perigos reais. Dessa forma, os profissionais aprendem a agir corretamente em cenários críticos, o que reduz significativamente a probabilidade de falhas no mundo físico.

Além da segurança, os treinamentos imersivos estimulam maior engajamento dos participantes. Ao interagir com o ambiente virtual, os engenheiros assimilam conteúdos de forma mais dinâmica e eficiente. Isso contribui para fixar conceitos técnicos e reforçar protocolos de segurança, resultando em equipes mais preparadas para enfrentar os desafios do canteiro de obras.
Aplicações práticas na construção civil
Paulo Twiaschor comenta que a realidade virtual já está sendo utilizada em diferentes etapas da construção civil. No planejamento, permite simular a execução de projetos, antecipando gargalos e otimizando processos. Na fase de execução, auxilia no treinamento de equipes para uso correto de equipamentos e cumprimento de normas técnicas. Já na operação de edifícios, serve como ferramenta para capacitar equipes de manutenção em sistemas complexos.
Outro ponto relevante é a possibilidade de personalização dos treinamentos. Empresas podem criar simulações específicas para cada tipo de obra, adaptando os conteúdos às condições reais enfrentadas pelos trabalhadores. Essa flexibilidade garante maior aplicabilidade e eleva a efetividade dos programas de capacitação.
Integração com BIM e tecnologias digitais
De acordo com Paulo Twiaschor, o potencial da realidade virtual cresce ainda mais quando combinada ao BIM e a outras tecnologias digitais. Modelos tridimensionais podem ser importados diretamente para os ambientes virtuais, permitindo que engenheiros explorem os projetos antes mesmo do início das obras. Essa integração facilita a identificação de incompatibilidades, reduz retrabalhos e melhora a comunicação entre equipes multidisciplinares.
Além disso, o uso conjunto com sensores IoT possibilita criar simulações ainda mais realistas, baseadas em dados coletados em tempo real. Isso aproxima os treinamentos das condições efetivas do canteiro, garantindo maior aderência entre teoria e prática.
O possível futuro da capacitação com realidade virtual
De modo conclusivo, Paulo Twiaschor reforça que a realidade virtual representa um divisor de águas no treinamento de engenheiros. À medida que os custos dos equipamentos caem e a tecnologia se torna mais acessível, sua aplicação tende a se expandir em escolas de engenharia, construtoras e órgãos públicos. Essa evolução projeta um futuro em que a capacitação será cada vez mais imersiva, interativa e segura.
Mais do que um recurso tecnológico, a realidade virtual simboliza uma mudança cultural no setor. Ela demonstra que a engenharia pode incorporar inovações digitais para melhorar a formação profissional, aumentar a segurança e otimizar resultados. Trata-se de um caminho irreversível para criar equipes mais qualificadas e canteiros de obras mais seguros e eficientes.
Autor: Francisco Zonaho