A cidade de Suzano, tradicionalmente reconhecida por sua boa infraestrutura em serviços básicos, perdeu posições no mais recente Ranking do Saneamento 2025, elaborado pelo Instituto Trata Brasil. Apesar disso, Suzano ainda lidera entre os municípios do Alto Tietê, ocupando a 35ª colocação nacional. Essa oscilação no desempenho chama atenção diante da ascensão de cidades vizinhas como Mogi das Cruzes e Itaquaquecetuba, que registraram avanços significativos em seus indicadores de saneamento, segundo dados do levantamento divulgado esta semana.
A perda de sete posições no ranking por parte de Suzano pode ser atribuída ao ritmo mais acelerado de investimentos realizados por outros municípios, mesmo que a cidade mantenha bons indicadores técnicos. O índice de tratamento de esgoto em Suzano é de 91,26%, com 97,43% da população atendida com abastecimento de água e uma taxa de uso efetivo de 100%. Ainda assim, o cenário mostra que a concorrência entre os maiores municípios do país em relação ao saneamento básico está cada vez mais acirrada, e Suzano precisa reforçar sua estratégia para manter-se entre as melhores.
Em contraste com a estagnação de Suzano, Mogi das Cruzes e Itaquaquecetuba apresentaram avanços relevantes no Ranking do Saneamento. Mogi das Cruzes subiu seis posições, saltando do 66º para o 60º lugar, enquanto Itaquaquecetuba passou da 60ª para a 58ª colocação. Esses resultados positivos refletem políticas públicas focadas na universalização do acesso à água tratada e no aumento da cobertura de esgoto tratado, além de maiores investimentos per capita em saneamento por parte das respectivas administrações e da concessionária estadual responsável pelo serviço.
O destaque de Itaquaquecetuba no Ranking do Saneamento chama atenção pelo seu volume expressivo de investimentos: R$ 243,90 por habitante tanto em água quanto em esgoto, valor quase o dobro da média nacional. A cidade ainda enfrenta desafios, como o índice de tratamento de esgoto abaixo da meta de 90%, mas já possui planos robustos em execução. Estão previstas obras para ampliar em 200 quilômetros a rede de esgoto, com conclusão até 2029, além da operação de estações elevatórias para impulsionar o processo de universalização do sistema.
Mogi das Cruzes, por sua vez, tem o apoio do Governo do Estado para realizar um investimento histórico em obras de saneamento. Com mais de R$ 260 milhões em recursos previstos, sendo a maior parte financiada pelo BID, a cidade projeta a erradicação de pontos de poluição, sobretudo no rio Tietê. Atualmente, Mogi conta com 91,66% da população atendida com água, e 84,12% com esgoto tratado, com planos de expansão que prometem transformar o município em um exemplo de cidade ambientalmente sustentável no médio prazo.
Mesmo com a queda no ranking, Suzano segue firme em seus investimentos de infraestrutura hídrica. A cidade é considerada uma referência em controle de perdas de água no Brasil e está executando obras estruturantes que devem alcançar cerca de 116 mil moradores. Serão realizadas melhorias em 38 estações elevatórias, além de quase 100 quilômetros de redes coletoras e adutoras. Os trabalhos integram o programa estadual “Integra Tietê” e visam preparar Suzano para os desafios futuros relacionados ao crescimento populacional e à sustentabilidade urbana.
A relação institucional entre a Prefeitura de Suzano e a Sabesp tem sido um dos trunfos da cidade na manutenção de seus bons índices. Reuniões periódicas de planejamento e execução de obras ocorrem entre a Secretaria Municipal de Manutenção e Serviços Urbanos e os representantes da companhia, garantindo que os projetos estejam dentro do cronograma e atendam às prioridades da população. Essa articulação é apontada como fundamental para que Suzano continue sendo reconhecida por sua qualidade em saneamento, mesmo diante da perda de posições no Ranking do Saneamento 2025.
A Prefeitura de Suzano projeta investir aproximadamente R$ 598 milhões em saneamento até 2029, um valor expressivo que reforça o compromisso com a melhoria da qualidade de vida dos moradores. A expectativa é que esses recursos proporcionem a universalização dos serviços de coleta e tratamento de esgoto, alcançando mais de 27 mil domicílios em 31 bairros. Além disso, espera-se que as novas obras reduzam ainda mais o impacto ambiental da cidade sobre os recursos hídricos da região, especialmente o rio Tietê.
Com o avanço das cidades vizinhas e os novos critérios estabelecidos pelo Instituto Trata Brasil, o desafio de Suzano no Ranking do Saneamento é manter seu protagonismo e ampliar sua competitividade no setor. Os investimentos já iniciados e as parcerias institucionais colocam o município em uma posição favorável para recuperar posições nas próximas edições do ranking. Entretanto, será necessário intensificar o ritmo das obras, manter o foco na inovação tecnológica e na eficiência operacional, e garantir que a população perceba os benefícios concretos dessas ações no seu cotidiano.
Autor: Francisco Zonaho